quinta-feira, 24 de julho de 2025

Era só chegar ao destino imaginado entre um evento e outro e um erro de rota me levou a outro lugar, não era muito longe, mas revelou nuances que eu nunca tinha visto porque não era fácil aos olhos enxergar. Um condomínio de casas e prédios com uma fachada de um castelo. Quem nunca quis morar em um castelo? Enquanto seguia, tirei fotos e continuei o caminho sem tirar grandes inspirações daí.

A inspiração veio quase 3 dias depois, após alguns comentários de amigos sobre a frase que dá origem ao título deste texto. A frase inspirou outras pessoas e me fez pensar sobre o assunto. Às vezes é preciso se perder para enxergar o que você merece, é preciso encontrar portas abertas para ver quantos muros foram levantados ao longo da vida, é preciso de muito pouco para que o que é muito se apresente na nossa vida. Um desvio de rota, um momento de lazer, um pouco de despreocupação, deixar que o inesperado se apresente em um erro no caminho, para que finalmente o caminho certo se apresente como uma oportunidade de reencontro com os sonhos e possíveis realizações.

Encontrei um reino perdido, na verdade era um condomínio, mas era muito mais que isso. Era um desvio de rota levando a ver a própria vida sob novas perspectivas, talvez perspectivas proféticas que nos mostram que se dermos chance para um novo olhar podemos alcançar muito mais do que imaginamos merecer. É como se fosse uma espécie de visita à sua promessa, a algo que você sempre julgou impossível, ou que não lhe fosse justo ter, mas que por um momento você percebe que merece, porque já não existem muros que o impedem de sonhar, mas portas que levam a realizar um pouco mais a cada dia para que estejamos capacitados a entrar e viver o que fomos destinados.

Tem dias na nossa vida em que não conseguimos enxergar o quanto estamos sendo iluminados, tem dias que estamos focados em objetivos, mas precisamos olhar para novos lugares com outros ângulos, para vermos que somos merecedores de algo mais que uma linha reta que noa leve daqui para ali e nos traga de volta. É preciso que hajam momentos onde não saibamos para onde vamos e também possamos ver que existem histórias sendo contadas no caminho, onde pontes são construídas dando lugar a novas concepções sobre o universo em que estamos inseridos.

Aquele reino perdido é seu novamente! Não tenha medo de recuperar tudo que sempre foi seu.

Edição e Ilustração: Jornal e Livraria Rio de Flores

Pedro Garrido é pedagogo, poeta, escritor e palestrante de São Gonçalo - RJ. Participou de diversas antologias e eventos literários nacionais e internacionais, além de ser membro de três academias literárias e de coletivos culturais. Em janeiro de 2021, lançou seu primeiro livro de poemas, "(Uni)Verso". Até agora, publicou quatro obras individuais: "(Uni)Verso" (2021), "duo" (2022), "Teshuvá" (2022) e "Pedrinho e o Cão Brabão" (2023). Também é o criador e produtor cultural do sarau (Uni)versos Livres, realizado mensalmente na Casa de Cultura Heloísa Alberto Torres, em Itaboraí.

Direção Geral
Rio de Flores Editora


 

Um comentário:

  1. O seu texto é belíssimo, nos conduz a fazer uma reflexão sobre o valor da vida e das escolhas que fazemos e que precisamos olhar o mundo de várias maneiras para enxergarmos o melhor e o que nos faz bem.
    Em " Errei o Caminho e Encontrei um Reino Perdido", encontramos uma lição, é quando o que parece ser maldição, de repente se transforma em bênçãos, e que nem sempre a coisa precisa ser do jeito que parece ser, se olharmos diferente, veremos diferente.
    Parabéns pelo belíssimo e significativo trabalho.
    Sucesso!

    Com carinho: Josy Oliveira

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