terça-feira, 8 de outubro de 2024

 

Quando eu perguntei ao Renato Galvão, editor do Jornal Rio de Flores, sobre o que é importante e gostaria que eu escrevesse, sobre aquilo que o Brasil precisa que eu escreva e que seja uma mais valia, a pronta resposta foi: Violência.

O problema da violência. A necessidade de alterar, de conhecer, de refletir sobre a violência. Violência no seu geral, com grandes temas como o femicídio, o preconceito, o desrespeito pelas mulheres, a violência doméstica, entre tantos outros.

Não é a primeira vez que escrevo sobre estes temas. Infelizmente, já lhes perdi a conta. Infelizmente continua a ser pertinente e necessário falar sobre estes temas.

Nunca somos totalmente e verdadeiramente livres, é certo, e as injustiças, a supremacia que uns exercem sobre outros e sobre tudo, o domínio que os fracos necessitam de usar à força sobre os outros para se sentirem aquilo que nunca foram ou serão – um mais que é menos, o impacto de causar dor e sofrimento, a fúria e rancor escondendo um medo escuro e triste, entre muitos outros, pioram e consomem tudo o que rodeia. São um fogo destruidor, são o fio de uma navalha afiada virada ao próximo.

A morte, a morte é o destino, de quem é ferido e de quem fere.

O autoconhecimento, o conhecimento e a ação colaboram na nossa caminhada de defesa e bloqueio destes tipos de violência e de outros.

A internet é um mundo que tem o positivo e o negativo. Tiremos partido do positivo e acautelemo-nos com o negativo. Muitos são os contactos que estão lá de apoios credíveis. Muitas são as instituições físicas fidedignas que nos dão informação, nos aconselhem e orientam, tanto para sabermos mais como para nos defendermos. Mas atenção aos falsos contactos e burlas. Procure sempre instituições reconhecidas.

As forças policiais, as entidades clínicas, as instituições de apoio, as linhas telefónicas, cada uma e no seu conjunto apoiam as vítimas e não só. Isto, porque cada um de nós é uma potencial vítima.

A família é igualmente fundamental, mas quando não conseguimos falar sobre certos assuntos com ela ou quando o problema é um familiar, isso não significa que estamos sós. Há quem ajude.

Hoje trago assim o início de uma série de situações ligadas a estes temas.

Sem julgamentos, sem receios, mais do que debater o tema, iremos aqui falar de pistas e dicas para prevenir, para diagnosticar e para alterar este problema angustiante e violento sobre todos os ângulos.

Já pensou que você pode ser uma vítima e apenas não se apercebeu de tal ou tem medo de se ver como tal? Ou que já foi uma vítima e o esconde porque não quer ser essa vítima? Vergonha, estigma da palavra, necessidade do sigilo, repulsa, negação...

Já pensou por quantas vítimas se terá cruzado hoje? Pessoas que têm um sorriso na cara, escondendo, mas que psicologicamente estão a ser destruídas ou que por baixo da roupa têm as marcas?

Quantos jovens perto de si sofrem e exercem violência no namoro? Quantos casais com quem fala recorrem à agressão? Quantos idosos que conhece sofrem? Serão familiares ou amigos seus? Vizinhos? Colegas?

Pensa sempre que não, não sabe nem conhece nem passou pela situação, mas a resposta será mesmo essa?

Texto: Susana Veiga Branco
Edição e Ilustração: Jornal Riode Flores

Susana Veiga Branco. Portugal (1974). Mestre em Gestão de Organizações de Economia Social, licenciada em Jornalismo/Comunicação Social, formadora, owner e CEO de empresas na área de investimentos imobiliários. Escritora de prosa e poesia, cronista na imprensa escrita e rádio, autora de livros e e-books em Portugal e no Brasil, coautora em 34 coletâneas de poesia e prosa portuguesas e internacionais, investigadora na área social e do património, com publicações académicas em jornais e no CIJVS-Centro de Investig. Professor Doutor J. Veríssimo Serrão, do qual é associada. Membro da APP-Associação Portuguesa de Poetas. Coordenadora de obras literárias e curadora de arte. Artista plástica com exposições individuais e coletivas e participações em encontros internacionais. Colabora no Jornal Rio de Flores - Brasil, com a coluna Contemporaneidade e estilos de vida e em Portugal é cronista em programas de rádios e participa no programa de poesia radiofónico Livro Aberto. 3 prémios internacionais.

Edição e Direção Geral
Renato Galvão


 

 


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