terça-feira, 11 de junho de 2024

 

Figura 1: Ilustração Jornal Rio de Flores

Desde que o homem por “um passe de mágica” se transformou em um ser inteligente, a busca pelo paraíso, pela eternidade ocupou seu pensamento e ações. A partir daí, deuses foram criados e adorados, ceitas, cultos e religiões passaram a fazer parte da vida da chamada “criação divina” e com isso surgiram também as artes. Primeiramente, retratando o cotidiano dos seres considerados selvagens que eternizavam em seus desenhos rupestres nas paredes das cavernas que habitavam, o dia a dia do grupo ou tribo e tudo aquilo que eles não compreendiam ou temiam, principalmente, as forças da natureza. Registrando e eternizando os primórdios da humanidade, as artes se manifestam como forma contínua de expressão, registro e memória de povos e costumes antiquíssimos.  


Pré-História

Figura 2: Pintura Rupestre: Animais pintados na Gruta de Lascaux, 
um dos sítios de arte rupestre mais famosos do mundo - 
Por photograph by JoJan 

Figura 3: Caverna Lechuguilla, 

Novo México, Estados Unidos
Por Dave Bunnell






















A Pré-História registra os primeiros trabalhos artísticos na Idade da Pedra, mais precisamente nos períodos Paleolítico superior, Mesolítico e Neolítico. No Paleolítico (25000 a 8000 a.C.), o homem era considerado um ser “caçador-coletor” que habitava cavernas e passaria para a história como o primeiro criador da arte-rupestre (figura 2 e 3). Passado o período de transição do Mesolítico, o homem se sedentariza no Neolítico (6000-3000 a.C.), abandonando a colonização nômade, criando acampamentos fixos, vilas e cidades, passando a se dedicar à arte agrícola e pecuária.  Assim, tem-se o aumento da agregação populacional. Na medida que as sociedades da época se tornam mais populosas, surge a religião com grande importância e registram-se as primeiras produções artesanais. Na Idade do Bronze (3000-1000 a.C.) surgem as primeiras civilizações denominadas de Proto-História, cujo período registra o desenvolvimento entre a pré-história e a história, propriamente dita, que precede ao surgimento da escrita. Entretanto, nos foi permitido conhecer devido a algumas das primeiras fontes da arte da escrita, coincidindo com a idade dos metais.

A Arte no período Paleolítico

Figura 4: Talha Magdaleniana duma cabeça de cavalo
Por volta de 25.000 a.C., mais precisamente na época da “Cultura Magdaleniana” (de 15.000 a 8000 a.C.). Uma das culturas mais antigas do Paleolítico, caracterizada pelo apogeu da “indústria do osso” (Figura 4) e da arte mural, onde se registra as primeiras manifestações artísticas. Vestígios de objetos artísticos produzidos pelas mãos do homem foram encontrados na África Meridional, no Mediterrâneo Ocidental, na Europa Central e a Leste do Mar Adriático, na Sibéria, no Lago Baical, na Índia e na Austrália. Tais vestígios são representados por ferramentas em pedra (sílex e obsidiana), madeira ou osso. Naquela época, o homem recorria ao óxido de ferro para obter a tonalidade vermelha para concluir suas pinturas, ao dióxido de manganês para obter o preto e à argila para obter o ocre. A arte do referido período sobreviveu até os nossos dias modernos por ser composta por pequenos entalhes em pedras e ossos, denominada arte rupestre e encontrada, principalmente, na região cantábrica e no sudoeste da França, como também nas cavernas de Altamira ou Lascaux. Tais pinturas denotam fortemente o cunho religioso, mágico e representações naturais de animais. Encontraram-se trabalhos artísticos representados pelas estatuetas de Vénus (esculpidas entre 28.000 a 25.000 a.C.), como, por exemplo, Vénus de Willendorf, figuras femininas que indicam o uso em cultos de fertilidade. (Figura 5)

Figura 05: Vênus de Willendorf, uma das estatuetas mais notórias

 Por Matthias Kabel 


A Arte no período Neolítico

Figura 06: População 5.000 - 7.000. Um grande número de edifícios agrupados. Os habitantes viviam em casas de tijolos de barro.
Não há caminhos pedonais ou ruas entre as habitações. A maioria era acessada por buracos no teto e portas
nas laterais das casas, sendo as portas acessadas por escadas e degraus. Por Murat Özsoy 1958

A Arte no período Neolítico representa uma profunda mudança para o homem, pois o mesmo abandona a colonização nômade, cria vilas e cidades e passa se dedicar à prática da agricultura e pastorícia, desenvolve a religião, formas complexas de interação social e aprofunda-se na criação artística.

Encontradas várias representações esquemáticas figurativas representando o homem por uma cruz e a mulher por meio de uma forma triangular nos sítios arqueológicos de arte rupestre na bacia mediterrânica da Península Ibérica, no norte da África e na região do atual Zimbabué. Entre as representações artísticas da chamada arte móvel, chama a atenção para a notável cultura da cerâmica cardial, decorada com gravuras de conchas. Nestes artefatos, nota-se que novos materiais foram utilizados pelo homem, tais como o âmbar, quartzo e o jaspe. O mais interessante é que, durante o período Neolítico, observamos os primeiros sinais de planimetria urbana, como nos vestígios encontrados em Tell as-Sultan, Jarmo e Çatalhüyük (Figura 6)


Seguindo o caminho da “A importância da Arte em nossa existência”, abordaremos nos próximos episódios: Artes no período Neolítico, Paleolítico, Idade dos Metais, Arte Antiga, Mesopotâmia, Arte do Egito, Medieval, Arte Contemporênea e Arte Moderna
Espero que gostem em saber mais sobre "A importância da Arte em nossa Existência".
Nos veremos no próximo episódio...

Fontes, fotos e pesquisas:
https://ipemsp.wordpress.com/2010/08/26/por-que-os-sumerios-contavam-com-base-no-doze/
Deuses, túmulos e Sábios: C. W. Ceram
O 12º Planeta – Zecharia Sitchin

Renato Galvão é carioca, Escritor, Poeta, Artista Plástico, Produtor Cultural e fascinado por pesquisas, absorção de conhecimentos gerais e leitura.
Como escritor e poeta publicou quatro livros, a saber: Sentidos (arquivado), Os Jardins de Daiane (arquivado), Borboletas no Estômago (Editora 24horas julho 2011) e Os Espinhos nos Caminhos das Rosas (Editora Leia Livros – junho 2018). Participações em algumas Antologias (as que me lembro) como em Conexões Atlânticas V (In-Finita - julho 2020), Toca a Escrever (In-Finita - março 2021), Coletânea Contos e Poesias (Concurso de textos anônimos 5ª Edição 2018) 1ª Colocação na Categoria Poesias com o Textos intitulado “Marcas”. Coletânea de Poesia (Concurso de Poesias promovido pela Academia Teresopolitana de Letras), poesia intitulada “Quem é teu deus?” agraciada em 2º lugar. Como Artista Plástico, pintou, aproximadamente, duzentas telas tendo boa parte delas comercializadas. Algumas exposições e certificados. Como Produtor Cultural criou a Rio de Flores Editora, Jornal Rio de Flores, Programa Estrelas e RGVídeos exclusivamente para fomentar Cultura, Artes e, principalmente, Artistas. Na direção da Rio de Flores Editora, até aqui, organizou e publicou 13 Antologias e 18 autorais. 

Edição e Direção Geral
Renato Galvão











4 comentários:

  1. Bravo! Estarei seguindo as publicações seguintes com vivo interesse. Obrigado Renato. Parabéns. Assino Rocha Maia

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  2. Muito bem, continuamos a aprender consigo!Ate ao próximo episódio Renato!

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