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| Figura 01 - Ilustração Jornal Rio de Flores |
Quando solteiro, ainda bem jovem, morando numa fazendinha, Dagoberto havia passado por algumas situações estranhas. Coisas banais, fenômenos sem maior importância, embora fossem diferentes. Desde menino, ele sentia vibrações, sensações estranhas e percepções de crescimento, momentâneo exagerado, das formas do corpo, aumento de velocidade no deslocamento das coisas, sons amplificados acima do normal, sensações que surgiam, do nada, sem maiores avisos, de forma que ele não podia identificar as causas daqueles efeitos anormais.
Uma ocasião chegou a comentar
aquilo com sua mãe! Ela era compreensiva e sempre tivera um bom diálogo. A mãe
lembrou que, possivelmente, aqueles eram efeitos de um problema de
hereditariedade, chamado distúrbio do sistema vago-simpático. Sem entender nada
daquilo que a mãe falou, ficou satisfeito com a possibilidade de não ser algo
tão grave. Talvez tenha ficado, vamos dizer assim, “vagamente-simpático” com a Coisa.
Sim! Isso mesmo, a Coisa! Foi assim, de forma tão simples, que ele passou a
fazer referência aquele distúrbio; afinal de contas, para ele, era apenas o “sovaco-simpático!”
Sempre muito brincalhão, ele adorava
fazer trocadilhos! SOVACO-SIMPÁTICO!
Uma outra coisa estranha! Dagoberto
lembrava da história, contada pela avó! Ela, jurava de pés juntos, afirmando
ter visto, nos céus do Alto da Boa Vista, Rio de Janeiro, em pleno céu azul de
domingo, uma formação de objetos voadores não identificados (OVNIs), à época
denominados Discos Voadores.
Assim a avó contava: -“Estava no
jardim de casa, molhando as plantas, quando resolvi olhar numa árvore um
bem-te-vi cantando. Do nada, olhei o céu acima da paisagem, e vi uma
esquadrilha de objetos voando. A princípio, pensei que eram aviões! Quem sabe
da FAB, Esquadrilha da Fumaça? Sem qualquer outra evidência, aqueles objetos
fizeram manobras, impossíveis para aviões, mudando de direção e de velocidade
de forma incomum. Por alguns segundos, ficaram imobilizados, como a flutuar no
ar; logo a seguir fizeram, novamente, piruetas e deslocamentos vertiginosos. Cheguei
a gritar! Fiquei espantada! Foi quando chamei a empregada Gildenete! Queria que
ela pudesse, junto comigo, testemunhar aqueles fenômenos! Infelizmente, antes
que a minha empregada chegasse, os objetos desapareceram! Puff! Sumiram! Fiquei
receosa de ser ridicularizada, meti o zíper na boca e calei; poucas pessoas
ficaram sabendo na época! Só agora, estou novamente contando a história,
afinal, falar sobre avistamento de ETS ou OVNIs sempre foi motivo de muita
zoação! Né?”
O pai do Dagoberto, um experiente
piloto da FAB, na época, desacreditou daquela história que a velhinha contava. Ele
afirmava ser tudo fruto de imaginação. Entretanto, ela retrucava dizendo que o
aviador falava daquela maneira, somente, por haver uma rixa ente o genro e ela,
a sogra! Pelo sim ou pelo não, no dia seguinte, fontes independentes publicaram,
nos jornais locais, notícia de que objetos não identificados haviam sido
avistados, nos céus da Barra da Tijuca!
Pensava então Dagoberto: - “Vovó
deve ter razão; aqueles avistamentos não podiam ser coisas do
“sovaco-simpático”! O tempo passou e a vovó já morava faz tempo nas “estrelinhas”!
Muita saudade, porém, Dagoberto pouco lembrava daquelas historinhas! Nem de
coisas do “sovaco-simpático”, nem de Ovnis!
Era o ano de 2010! Dagoberto passou
alguns dias em Lisboa! Um turismo privilegiado! Dando prosseguimento à viagem
que havia iniciado, pela região Norte, na cidade do Porto. Estando em Lisboa,
foi conhecer a famosa Torre de Belém. Foi lá e, naturalmente, aproveitou para
comer pastéis de Belém, além de tirar inúmeras fotos, na companhia da filha.
Naquela ocasião, ocorreu uma nova experiência no campo dos fenômenos, desses
que podemos chamar de “pouco-normais”. Este que agora irei narrar, diferente
dos anteriormente comentados, teve um registro importante. Iremos analisar
juntos! São fotos feitas pelo próprio Dagoberto!
Reparem a mancha na fotografia, observando a direção apontada na imagem:
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| Figura 2 - Foto Rocha Maia |
Chegando ao hotel, Dagoberto foi
olhar as fotografias, feitas durante a visita à Torre de Belém! Notou, logo na
primeira imagem, um detalhe a ser interpretado. Uma manchinha escura numa das
nuvens. Estaria a lente da máquina com alguma sujeira ou, o que seria pior, com
algum tipo de dano estrutural? Arranhada?
Não foi possível identificar com
clareza a pequena sombra! Rapidamente buscou em outras fotografias algum
vestígio semelhante. Poderia ser o quê? Imediatamente, levou ao computador e
fez uma primeira aproximação. O arquivo digital estava perfeito.
Logo a seguir, pegou o equipamento,
para verificar as condições do possível arranhão ou, com sorte, apenas de uma
poeira agarrada na lente? Nenhuma das hipóteses se confirmou! Que alívio! Então
o que seria aquela mancha? Um avião, um pássaro, ou seria o Super-Homem?
Sucessivas ampliações foram feitas! O formato era bastante claro.
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| Figura 3 - Foto Rocha Maia |
Nenhuma das possíveis formas
conhecidas permitia chegar a uma conclusão segura, que se encaixasse na
silhueta da mancha na imagem. Nitidamente, o objeto estaria acima das nuvens. O
único formato que se coadunava com aquele da foto, fez Dagoberto lembrar da
historinha de avó! Poderia ser a de um Disco Voador? Buscou encontrar aquela
forma no céu, em outras fotografias, tiradas no mesmo local, com mínima
diferença de tempo! Nada mais ele constatou que pudesse ser comparado. Naquele
instante, ele lembrou do detalhe, contado por sua avó, que dizia, por questões
de segundos, ter perdido o testemunho ocular da empregada, para a confirmação
do caso dos objetos voadores não identificados, em razão da altíssima
velocidade de deslocamento dos Ovnis no Alto da Boa Vista, no Rio de Janeiro.
Observem nas imagens abaixo, a indicação do detalhe, para onde aponta a flecha:
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| Figura 4 - Fotos Rocha Maia |
Luiz Roberto da Rocha Maia –
nasceu no Rio de Janeiro/1947. Morou em Teresópolis e Brasília e, atualmente,
em Rio das Ostras. Em 2023, completa mais de cinquenta anos de atividade
cultural.
Membro de diversas entidades culturais, no Brasil e em Portugal, é
Fundador da Associação Candanga de Artistas Visuais - Brasília /DF. Membro da
Academia Brasileira de Belas Artes – ABBA do Rio de Janeiro; e da Academia de
Letras e Artes ALEART, Região dos Lagos/RJ. Participou de mais de duzentos
eventos de artes no Brasil, Cuba, Portugal, França e Bulgária. Recebeu mais de
setenta premiações e destaques em salões de artes plásticas.
Citado em catálogos e sites, possui obras expostas em galerias no Brasil
e no exterior; bem como nos acervos do Museu Naïf de São José do Rio Preto/SP;
MIAN/Rio/RJ; SESC/SP, na coleção do Château des Réaux; e do Museu Internacional
de Arte Naïf de Vicq, na França. Seus quadros estão presentes também em
pinacotecas de diversas entidades e coleções de aficionados por arte naïf no
Brasil, Cuba, França, Itália, Espanha, Chile, Japão, Bolívia e Portugal.
Por três vezes foi selecionado para a Bienal Naïfs do Brasil, tendo
recebido o prêmio aquisição 2006, em Piracicaba/SP. Na literatura, publicou o
catálogo “Ingenuidade Consciente”, Editora A3 Gráfica e Editora – 2010; o livro
“O Diário de Lili Beth”, pela editora Videu – 2021; e colaborou com a Coluna
Arte Animal, da revista digital Animal Business Brasil, escrevendo artigos
versando sobre a presença de animais como tema nas belas artes.
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| Edição e Direção Geral Renato Galvão |





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