sexta-feira, 24 de março de 2023




Descoberta
 

Foto 1 - Reprodução
Por volta do ano de 1700, o Major do exército britânico John Forbes com uma pequena tropa, cavalgava pela região do antigo Ceilão atual Sri Lanka, quando avistou algo incomum e extremamente espetacular. Algo que nem o Major e muito menos seus comandados, haviam visto em toda a sua vida. Eles estavam diante de fantásticas ruínas de uma antiga cidade conhecida hoje por Sigiriya (pronuncia: se-gui-ria), cujo a tradução é algo como “a montanha ou rocha do leão”.
 
Sigiriya foi construída no topo de um monólito de puro granito medindo 370 metros de altura e ainda é surpreendente e misteriosa. Uma cidade que vem deixando os arqueólogos com mais dúvidas do que respostas. Sigiriya possui em sua entrada uma escada ladeada por patas de leão. A fortaleza foi originariamente construída na forma de um leão agachado, com a sua entrada sendo feita pela boca do leão. Somente as patas gigantes foi o que restou da figura do leão, porém, seu perfil imponente ainda se impõe em toda a estrutura, com pedras enormes esculpidas e pintadas.
 
Tecnologia avançada
 
Quando o Major Forbes e seus soldados decidiram investigar a cidade descoberta, encontraram vários sinais de engenharia avançada. A referida cidade apresentava exemplos de planejamento urbano moderno. Diante dos olhos daqueles militares, mostravam-se técnicas e tecnologias muito mais avançadas do que poderiam supor para época em que a cidade foi construída, inclusive desafiando os dias atuais.
 
Antes abandonada, Sigiriya hoje se tornou um dos sítios arqueológicos mais importantes já encontrados em nosso planeta. Principalmente pela riqueza de detalhes verificados e dúvidas que ela levanta.
 
Foto 2 - Reprodução
Na região em torno da imensa rocha onde a cidade foi erguida, encontraram-se evidencias de que ali teria sido cidadelas ou vilarejos, onde a população plebeia provavelmente residia. Porém, segundo os arqueólogos e estudiosos responsáveis pelas investigações, foi no monólito que se encontrou a verdadeira joia. Sigiriya apresenta grande uniformidade no seu topo com cortes bastante precisos na rocha dura. Alguns arqueólogos teorizam que o topo de Sigiriya tenha sido construído no século V da nossa era. Acreditam que a maior parte da cidade como os palácios e o descomunal tanque de granito que tinha a função de armazenar milhares de litros de água, podem ter sido construídos pelo Rei Kassyapa.
 
Ravana - Foto 3 Reprodução
De acordo com os habitantes locais, principalmente os mais idosos, Sigiriya foi edificada milhares de anos antes, tendo como construtor o deus Ravana, originário da cultura Hindu, pertencente a uma raça de seres Asura. A crença local acredita que essa divindade desceu do céu, juntamente com outros deuses para governar a humanidade. Bom, nos épicos do hinduísmo está registrado que Ravana governou o Sri Lanka de seu palácio em Sigiriya. Ainda, segundo ao hinduísmo, o palácio de Ravana foi destruído logo após a guerra com Rama.

Referente ao surgimento de Sigiriya, encontra-se em torno do monólito sinais de homens na região que nos faz retornar ao período mesolítico, aproximadamente 5000 a.C. Encontrou-se também evidências de que Sigiriya e arredores foram utilizados ou habitados por monges budistas, sendo este, fato comprovado. Já a arqueologia, acredita que Sigiriya tenha sido edificada pelo Rei Kassyapa. Há também a possibilidade de Kassyapa e seus governados apenas ter ocupado a cidade em meados do século V, pois, já naquela época, seus antigos construtores por motivos desconhecidos, a haviam abandonado. Assim, Kassyapa, apoderou-se da cidade abandonada, tomando para si os ônus de construtor ou idealizador da referida cidade.
 
Rei Kassyapa.
 
Arte moderna rei Kassyapa - Foto 4 - Divulgação
De acordo com a história, Kassyapa era filho bastardo do Rei Dhatu Sena e chegou ao trono após uma luta pelo poder com seu irmão Moggallana (Mahamoggallana) que seria o legítimo herdeiro. Após vencer o seu irmão, Kassyapa, resolveu mudar a capital do reino para Sigiriya, construindo uma grande fortaleza que julgou impenetrável no alto de uma imensa rocha de granito. Historiadores afirmam que a referida fortaleza descreve ou representa o caráter de Kassyapa, ou seja, ele era ambicioso e visionário. Em Sigiriya, sobre as ordens dele, foram construídos jardins, tanques de água, pinturas rupestres e outras tantas construções, tornando a fortaleza numa imensa obra de arte e de engenharia. Porém, o reinado de Kassyapa foi frisado por conflitos internos e externos. Nobres e líderes religiosos eram seus opositores internos e a base dessa oposição era o fato de Kassyapa ter usurpado o trono de seu irmão Moggallana e pelas extravagâncias cometidas na construção da fortaleza. Kassyapa guerreou contra as forças militares do vizinho Reino de Anuradhapura que não aceitava sua autoridade e não o reconhecia como legítimo rei. O Rei Kassyapa encontrou sua derrota e a morte numa batalha contra os exércitos de seu irmão Moggallana que recuperou o trono que lhe era de direito e descendência. Segundo os estudiosos e historiadores, Moggallana não quis reinar em Sigiriya, entregando assim, a fortaleza aos monges budistas que lá permaneceram até o século XIV. Porém, ninguém sabe porque motivo, a cidade foi abandonada pelos monges e desde de então jamais foi habitada novamente.
 

Painel 01- Afrescos encontrados no palácio e rochas por toda Sigiriya - Foto Reprodução


Foto 5 - Divulgação
Sigiriya, a cidade misteriosa, apresenta construções que fazem os arqueólogos perderem horas, dias, meses e anos tentando achar respostas. Uma dessas construções é parte de uma pirâmide de degraus que possui características semelhantes às encontradas na América Central. Já no lado oeste de Sigiriya fica localizado outro parque onde se apresentam sinais de uma engenharia antiga avançada. O parque possui várias estruturas para reter água, incluindo um sofisticadíssimo sistema hidráulico destinado a fornecer água para os jardins. O referido sistema hidráulico é composto por canais, lagos, represas e até mesmo bombas d’água, apresentando um planejamento infalível e severo utilizado na construção de Sigiriya. Algo marcante e sem explicação em Sigiriya é que alguns desses sistemas hidráulicos fornecem água para a área até os dias de hoje. Seus lagos e reservatórios nunca secam.

Painel 02 - Em contraste aos belos afrescos, foi encontrado pinturas rupestres nas rochas - Foto Reprodução 

 
Foto 6 - Divulgação
As várias estruturas encontradas em Sigiriya no topo da rocha monolítica foram edificadas com tijolos de barro. E isto é outra dor de cabeça para os arqueólogos, pois não há uma explicação lógica, de como os mais de três milhões de tijolos usados chegaram ao topo da rocha (370 metros de altura). Quando o Major Forbes chegou em Sigiriya, não haviam escadas ou indícios das mesmas ou qualquer outro recurso que pudessem ser usados para qualquer tipo de trabalho ou acesso ao topo da fortaleza.
 
Interessante que nos dias de hoje foram construídas escadas de metal rodeando as laterais da rocha para que os turistas tenham acesso ao topo. Mais interessante ainda é que o tempo de subida e descida dura 4h. Certamente na cabeça dos historiadores e arqueólogos uma pergunta martela os seus cérebros: O que os antigos construtores faziam para carregar toneladas de materiais até o alto da rocha, pois não há vestígios de trilhas, escadarias ou qualquer outro meio para se chegar ao topo de Sigiriya?
 
Se não bastasse a falta de um meio para chegar ou transportar materiais até o topo da rocha, temos algo que complica ainda mais qualquer tipo de transporte até Sigiriya. A cidade é cercada por uma densa floresta. Buscar ou transportar matéria-prima para construir tijolos no
Foto 7 - Divulgação

local, certamente seria impossível, pois, temos intemperes do clima da região, dificuldades de locomover ou transportar entre a floresta densa, terrenos íngremes, rochosos e animais selvagens que vivem por lá muito antes do homem.
 
Vale a pena informar que o governo de Sri Lanka só construiu as escadas devido ao turismo forte na região, principalmente depois que a Unesco decretou Sigiriya patrimônio mundial. Caso não fossem construídas tais escadarias, somente poder-se-ia chegar ao topo da rocha via aérea ou através de escaladas profissionais.

Painel 03 - Todos os afrescos representam as esposas e concubinas de Kassyapa. Há também representações de deusas - Foto Reprodução.

E os mistérios continuam...
 
Foto 8 - Reprodução
Arqueólogos encontraram marcas estranhas de ferramentas que parecem ser canais estreitos ao longo de toda a lateral da rocha. O que seriam estas marcas? Eles tentam explicar ou informar que estas marcas foram esculpidas em tempos antigos. Sim, mas a resposta não nos informa como foram feitas, principalmente por não haver qualquer possibilidade de acesso. Não há encostas para que alguém acesse, se sustente e trabalhe usando, sabe-se lá, que ferramentas para deixar tais marcas. E ainda, se foram povos antigos, que povos eram esses, pois as dificuldades de hoje são as mesmas do passado? Será que povos antigos podiam voar, tinham aparelhos voadores que possibilitassem tal trabalho? A única resposta seria outra pergunta: Será que a classe operária de Sigiriya usavam cordas ou outro material que os deixassem pendurados enquanto executavam seus difíceis, para não dizer impossíveis, trabalhos?
 
Buracos circulares muito profundos foram perfurados na rocha próximo ao pico, milimetricamente perfeitos. E as perguntas não param: Como os operários de Sigiriya conseguiram esta façanha usando ferramentas primitivas, sem o auxílio de uma simples broca? Se não bastassem os furos perfeitos, perto dos mesmos encontra-se sulcos igualmente profundos. Como foram feitos tais furos ou sulcos? Qual era o propósito dos mesmos? Como foram feitos, por qual ferramenta e mão de obra?

Painel 04 - Desenhos estranhos e furos na lateral externa, local de acesso impossível para época ou período que Sigiriya foi construída - Foto Reprodução

E tem mais...
 
Ao lado das marcas dos sulcos foram encontradas outras perfurações de menor diâmetro, porém penetrando fundo na rocha. Aí entra em cena os chamados estudiosos propondo que tais marcas foram feitas utilizando-se algum tipo de máquina avançada para perfurar a rocha. Eles só se esqueceram que Sigiriya foi descoberta em 1700 casualmente, que remonta do século V ou, como as histórias contadas pelo hinduísmo, a cidade foi construída 5 mil anos atrás. Que máquina avançada seria essa capaz de deixar marcas e fazer furos numa das rochas mais dura encontrada no planeta (o granito) nos períodos citados acima?
 
Vejam só isso...
 
Naturalmente, esta descoberta em Sigiriya, chamou mais ainda atenção de arqueólogos e historiadores. No topo da rocha foi encontrado um enorme tanque de água, junto ao palácio e os jardins. O descomunal tanque mede 27,5 mts de comprimento por 21mts de largura e 2mts de profundida. Até aí nada de anormal, mesmo que tal tanque foi construído no topo da rocha que mede 370mts de altura. Mas, vamos seguindo. Bom foram retirados ou escavados 1100 metros cúbicos de granito e removidos 3500 toneladas de entulhos manualmente. Começou a complicar...
 
Detalhe: O granito é uma das rochas mais duras encontradas em nosso planeta. Bom, somos conhecedores que naqueles tempos as ferramentas conhecidas eram o cinzel e o martelo. Considerando as dificuldades apresentadas para escavar o granito com estas ferramentas primitivas, os operários levariam anos para terminar o trabalho no referido tanque. Haja paciência, calos nas mãos e muita força de vontade para entregar tal obra. Será que tais operários executaram este trabalho utilizando algum tipo de tecnologia avançada?
 
Veja... Não há sinais claros ou verificados que os trabalhadores utilizaram ferramentas primitivas para executar as escavações. O que se vê são marcas em forma de conchas por vários metros semelhantes às encontradas em sítios arqueológicos no Peru e no Egito. Estas semelhanças deixam historiadores, arqueólogos e cientistas com uma grande interrogação em suas cabeças, pois não encontram explicações para as tais semelhanças. Cabe aqui uma pergunta: Como uma cultura do Oriente Médio coincide em características e semelhanças com outra cultura do outro lado do oceano Atlântico, e mais, em períodos e ocasiões totalmente diferentes?
 
Pelo que sabemos não existiu qualquer possibilidade de comunicação entre estes povos.
 
Alguém andou viabilizando ferramentas poderosas para os povos espalhados pela Terra. Ou melhor, alguém com uma tecnologia extremamente avançada nos primórdios de nosso planeta, passeou por aí utilizando-se de mão de obra primitiva para construir, modificar, modernizar e edificar cidades e monumentos por todo planeta. Vide "A Saga dos Sumérios"...

Fontes e Fotos:
Internet 

Literatura:
Livros: Ramayana e Mahabharata de William Buck

Edição e Direção Geral: Renato Galvão


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