Ontem, no dia 28/10/2025, não foi possível saber se estávamos em Gaza, Ucrânia, ou vivendo mais um dia normal de Rio de Janeiro. O fato é que a coberta da Segurança não nos cobre, não cobre o básico para o cidadão. Vivemos diariamente silenciados, fadados a acreditar que um dia tudo isso vai passar, mas todo dia a coberta que não nos cobre, descobre o sangue de uma guerra em quem ninguém vence. Morrem policiais, morrem traficantes, morrem trabalhadores, morrem crianças e quando não morremos, ficamos pelo caminho, esperando não ser atingidos pela bala perdida, pelo roubo, pela falta de transporte, ausência do básico para vivermos com dignidade.
Guerra velada, que desde os anos 90 ou antes impera nas comunidades do Rio e se espalha pelo país, enquanto nos dividimos, escolhemos políticos de estimação, repetimos slogans vazios até a eleição e depois tudo volta ao normal. Depois da pandemia disseram que viria o "novo normal" e seríamos melhores, nos equivocamos. Estamos vendo um cenário que se aproxima de uma guerra mundial, guerra lá fora, aqui dentro, nós contra nós mesmos, seguimos a democracia escolhendo quem vai nos manter mais iludidos, sem Educação, Saúde, Cultura, apenas com a fofoca e as fakenews criadas em IA para escolhermos no que acreditar e repassar noa grupos de WhatsApp.
Até que uma nova geração
venha ou que a nossa própria geração acorde, precisamos entrar na linha de
frente para salvar os feridos físicos e emocionais, para que ainda haja
esperança e que venha a bonança depois de tão longa tempestade. Escrevo em dias
nebulosos, mas nossa escrita precisa ser farol, luz, iluminando o caminho para
um novo pensar, ainda que seja tênue, o sol precisa voltar a brilhar. A escrita
é a arma que nos faz sobreviver ao caos, onde a guerra pode terminar quando
falarmos do amor, sobretudo da mudança de mentalidade e a criação de uma
sociedade mais consciente dos seus direitos e do que é capaz de conquistar.
Considerações sobre a guerra, se estamos nela, vamos até o fim com a missão
incansável de salvar, pela palavra poética, ainda que ela seja apenas um
pequeno girassol plantado em um jardim de espinhos.
Edição e Ilustração: Jornal e Livraria Rio de Flores
Pedro Garrido é pedagogo, poeta, escritor e palestrante de São Gonçalo - RJ.
Participou de diversas antologias e eventos literários nacionais e internacionais,
além de ser membro de três academias literárias e de coletivos culturais. Em
janeiro de 2021, lançou seu primeiro livro de poemas, "(Uni)Verso".
Até agora, publicou quatro obras individuais: "(Uni)Verso" (2021),
"duo" (2022), "Teshuvá" (2022) e "Pedrinho e o Cão
Brabão" (2023). Também é o criador e produtor cultural do sarau
(Uni)versos Livres, realizado mensalmente na Casa de Cultura Heloísa Alberto
Torres, em Itaboraí.
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| Direção Geral Renato Galvão |


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