A
rotina da vida às vezes é estressante e muitas vezes previsível. Existem dias
em que o tédio pode dominar e a repetição nos leva a encarar tudo no
automático, assim como existem dias em que soluções imediatas são exigidas em
meio ao caos de tantos pedidos, solicitações urgentes, aliado a tudo que
deixamos do lado de fora do trabalho, esperando o momento na fila das
urgências.
Não
é fácil para ninguém, muitas vezes aquele nem é o único trabalho, a única forma
de ganhar dinheiro, talvez haja uma outra renda, um outro trabalho, uma
faculdade sendo feita, uma outra realidade esperando o momento certo de
existir. São muitas histórias sentadas em mesas e posições de trabalho, são
sonhos sendo gestados aos poucos enquanto estamos com um headset no ouvido, um
teclado e um computador na frente, ou na labuta quente das ruas vendendo o
peixe para comprar o pão.
Já
parou para pensar em cada pessoa que atravessou o seu caminho hoje? Qual será a
história que ela está construindo? Pagando um casamento aos 20? Sonhando em ter
uma empresa aos 30? Fazendo uma faculdade para entrar na área dela aos 60?
Dirigindo um ônibus de manhã e Uber à noite para fazer uma viagem aos 70? Às
vezes não paramos para pensar sobre cada história e seus méritos e
terceirizamos nossos ideais, nos comparando com currículos visuais, propósitos
diferentes dos nossos.
Muita
gente nem imagina o quanto pode fazer a diferença no caminho de alguém com um
simples sorriso, um gesto amigável, um olhar humilde, uma palavra de apoio, um
bom dia.... Muitos focados em suas vidas futuras, deixando de viver o presente
com qualidade. E se... E se você registrasse em imagens um momento mais simples
seu de trabalho e mostrasse o que faz? Isso não seria inspiração para alguém? A
poesia está também nisso, em viver a vida em sua totalidade, sem a perturbadora
vaidade de viver a vida filtrada das redes sociais.
Para
fazer a diferença é preciso estar onde se pode estar, no aqui e agora.
Pedro Garrido é pedagogo, poeta, escritor e palestrante de São Gonçalo - RJ.
Participou de diversas antologias e eventos literários nacionais e
internacionais, além de ser membro de três academias literárias e de coletivos
culturais. Em janeiro de 2021, lançou seu primeiro livro de poemas,
"(Uni)Verso". Até agora, publicou quatro obras individuais:
"(Uni)Verso" (2021), "duo" (2022), "Teshuvá"
(2022) e "Pedrinho e o Cão Brabão" (2023). Também é o criador e
produtor cultural do sarau (Uni)versos Livres, realizado mensalmente na Casa de
Cultura Heloísa Alberto Torres, em Itaboraí.
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