Dentre os atrasos comuns ao perfil brasileiro, citamos os aeroportos; com suas longas esperas. Uns correm, outros sentados a horas, somente de corpo físico.
Para os organizados, o fator tempo é algo poderoso; capaz de mudar aspectos da vida. E falo isso muito além dos ponteiros do relógio, ampulheta ou cronometro. Mesmo com a tecnologia de ponta, o relógio fala sim... na verdade, dá ordens.
Se um esbarrão, entre dois atrasados, for acompanhado de um olhar profundo, fascinante? E se o café deixar de ser solitário, numa mesa qualquer? A bolsa caída por distração gere um par de braços estendidos, portanto, a presença inusitada de alguém?
Salas de embarque, corredores tornam-se cenário de relações interpessoais, quem sabe até, de cenas românticas. A troca de assentos em naves é introdução para um encontro terrestre, ou próxima conexão.
Coisas de novelas, filmes, contos ou romances, mas também na vida real. Pensei isso, enquanto aguardava um voo, junto a uma multidão no aeroporto de SP. O local era inspirador para esse tipo de cenas, inclusive para montagens cinematográficas.
Dito isso, foi o tempo necessário para montar um roteiro, acreditas? Antecipam voos, cancelam hospedagem, locações ampliadas. Um caos em meio ao turismo e a aviação. Reuniões transferidas, reservas desfeitas... tudo isso acontecendo porque o tempo quebrou ciclos, fusos, o universo assim quis. Uma enorme e complexa brincadeira conosco.
Chega de dualidade, de atrasos e adiantados. Vamos reformular, testar, revolucionar e ver no que dá. De repente vira uma tendência... colorir, fantasiar o cotidiano pré-programado, que acaba causando estresse.
Atenção agencias, companhias, empresas de turismo, famílias, universidades: mudança de planos globais estão por vir. Em alguns milésimos de segundos, decisões rápidas e corajosas foram tomadas e o destino foi alterado.
Voltaremos em alguns momentos. Num formato diferente, aguardem. Estamos bem e sem previsão de retomada de contato.
Desliguem os motores, censores, wi-fi, rastreamento, fones e câmeras.
Que graça teria se todas as programações ocorressem como era esperado? Idas, voltas, agendamentos suspensos.
E os desenrolar talvez seja divulgado. Vamos acompanhar.
Texto: Cronista Cândida Carpena
Ilustração: Jornal Rio de Flores
Nascida em 01/06/71, em Pelotas-RS. É cronista, autora independente e super leitora. Atualmente reside em Brasília/DF. Sua temática literária está em um outro olhar, em percepções e vivências do real, que inspiram. Seus Projetos, “Live Cândida C. Cronista”, no Instagram e, Piquenique Literário Cultural Itinerante, presencial; buscam a interação entre as pessoas e a literatura. Publicou “Sobre Crônicas de Uma Viajante” em 2021, participou de duas Antologias, da Feira de Literatura do MAB/DF e 36º Felib/DF. Membro do Empório da Poesia/CE e do GAEB/DF e da AIAB- Academia Inclusiva de Autores Brasilienses. Publicações em revistas, blogs e jornais digitais. Parceira oficial Rede Sem Fronteiras/Portugal e autora representada, na 92ª Feira do Livro de Lisboa.
Edição e Direção Geral
Renato Galvão





.png)
Uma crônica belíssima apontando a realidade atual. Faz com que nós leitores olhe a situação com um outro olhar.
ResponderExcluirParabéns querida! Desejo sucesso!
Que bom teres gostado! Super obrigada. Realmente é parte da realidade nos últimos tempos. Sigamos 🙂
ResponderExcluir