quarta-feira, 25 de dezembro de 2024

 

A data oficial do Natal, 25 de dezembro, é atribuída ao Papa Júlio I, em 350 d.C. No entanto, existem outras datas propostas: um decreto do Imperador Constantino em 336 d.C. e um documento de 354 d.C. que também mencionam a data. A escolha de 25 de dezembro, provavelmente, foi uma estratégia da Igreja para coincidir com festividades pagãs existentes, enfraquecendo-as e integrando-as ao novo culto. Mas a decisão também teve motivações políticas e econômicas.

O Imperador Constantino: Fé, Política e Ambição

Estátua do Imperador Constantino I.
Foto Angelina Dimitrova

Antes de prosseguir, é crucial entender o papel de Constantino. Ele convocou o Primeiro Concílio Ecumênico de Niceia em 318 d.C., não por motivos religiosos, mas sim para fortalecer o Império Romano, aproveitando o crescente poder do cristianismo. Constantino, apesar de presidente do concílio e de impor suas decisões como leis eclesiásticas, era adepto do culto ao Sol, de Mitra. Ele mesmo cunhou moedas com sua imagem como o "Sol Invencível" e rebatizou Bizâncio como Constantinopla (330 d.C.), a nova capital do Império. Sua falta de modéstia cristã é ilustrada pela construção de uma coluna monumental com sua estátua no topo, ostentando o signo do Sol Invencível, como relatado por Erich von Däniken em "As Aparições" (3ª edição, 1974).

Por Classical Numismatic - Reprodução
As atrocidades de Constantino são notórias: apesar de não ser cristão, foi canonizado em algumas igrejas (armênia, grega, russa) e declarado santo pela Igreja Católica. Ele não aboliu a escravidão, permitia que pais vendessem seus filhos e chegou a assassinar seu próprio filho Crispo e sua esposa Fausta. Sua influência no Credo Niceno e na instituição de 25 de dezembro como data do Natal demonstra sua manipulação do poder religioso para fins políticos. É importante notar que Constantino não foi o único imperador a presidir concílios com motivações políticas, todos com interesses distintos da fé cristã.

O Nascimento de Jesus: Entre Evangelhos e Astronomia

Os Evangelhos de Mateus e Lucas oferecem datas divergentes para o nascimento de Jesus: 4 a.C. (Mateus) e 6 a.C. (Lucas). A imprecisão pode ser atribuída ao desprezo por evangelhos apócrifos, fontes que poderiam esclarecer muitas dúvidas. Recentemente, astrônomos e historiadores investigaram a questão, usando eventos bíblicos como referência. A morte de Herodes, entre abril e maio de 4 a.C., precedida por um eclipse lunar em março, é um ponto crucial. O massacre dos inocentes, ordenado por Herodes após a visita dos Magos, indica que Jesus tinha menos de dois anos na época. Considerando a tradição oriental de contar a idade a partir da concepção, essas datas podem se referir à concepção, não ao nascimento. O recenseamento ordenado por Augusto, seja como censo populacional (7-6 a.C.) ou tributário (5-4 a.C.), também ajuda a delimitar o período. Assim, estima-se que Jesus nasceu entre 5 e 7 a.C.

O Mês e o Dia do Nascimento de Jesus

Há uma relação entre os nascimentos de João Batista e Jesus. João Batista nasceu aproximadamente em 27 de março, seis meses antes de Jesus. Isso sugere um nascimento de Jesus em setembro de 7 a.C. A tradição primitiva cristã aponta para um nascimento no dia seguinte ao Sabbath (sábado), ou seja, um domingo. Considerando o início do dia no pôr-do-sol no calendário judeu, o nascimento teria ocorrido em 21 de agosto de 7 a.C.

 O Verdadeiro Espírito do Natal

Considerando a improbabilidade de Jesus ter nascido em 25 de dezembro, o importante é celebrar o verdadeiro espírito natalino: cultivar os bons sentimentos, praticar o amor, a paz e a bondade, seguindo os ensinamentos de Jesus todos os dias do ano.

Ilustrações, pesquisas e texto: Jornal Rio de Flores

Fontes:


Livros:
As Aparições - Erich von Däniken.
O Livro de Ouro do Universo - Rogério Mourão

Edição e Direção Geral
Renato Galvão


 



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