RESENHAS por Jefferson Pontes

Livro: DÊ-ME APENAS OUVIDOS - Autor: Edilson Barros

O tic-tac dO VELHO RELÓGIO DE PAREDE entra em sincronia com o som familiar das teclas ao datilografar e juntos guiam a melodia da PROCURA pelo desabafar.A sua voz precisava ser ouvida, os seus escritos em CONFIDÊNCIA tinham a necessidade de serem lidos.

Após a pandemia nunca mais fomos os mesmos e poder falar e o que durante todo esse tempo ficou engasgado na garganta e preso no isolamento do lar, é hoje, um desejo que queima na alma e NA LOUCURA DA RAZÃO de cada escritor.
A esquecida velha máquina de escrever se fez companhia durante esse lamentável período e ganhou nova vida ao dedilhar inspirado do meu querido amigo, poeta e escritor, EDILSON BARROS.

"QUERO GOTEJAR MEUS SENTIMENTOS, MAS NÃO QUERO TOMBAR A TAÇA. EM CADA PALAVRA, QUERO A MINHA VOZ COMO RUÍDO DO SILÊNCIO, PARA QUE NÃO DENUNCIE A TUA DIREÇÃO.
A PAIXÃO É ÚTERO DO AMOR E O AMOR TEM A AMIZADE EM GESTAÇÃO"

GRITANDO AO VENTO sem conter o romantismo ou bloquear os sonhos de amar, SER GRATO É SER FELIZ.
Em uma CARTA À FLOR QUE AINDA NÃO ME DESTE a única concordância a buscar é a do sentir na pele, a do querer a própria natureza livre da alma amante.

"DESDE QUE ERA ADOLESCENTE, ME DEBATO COM A QUESTÃO DA RELIGIÃO E FÉ"

Parava quando encontrava um bar e despejava a amargura em um copo poeirento com álcool e ia embora.
Os passos vagarosos acompanhavam o seu pensar, o seu sofrer, o seu DEVANEIO.
"ANTES,TUDO ERA MOTIVO PARA SORRIR, A ALEGRIA REINAVA COM A PRESENÇA DAQUELA QUE AMOU;A ESPERANÇA SOLTA NO NOSSO FUTURO, TRAZIA-NOS A CERTEZA DA NOSSA UNIÃO".
Através do contorno da fumaça de um cigarro que se espalha nas asas do tempo, a NOITE INFINITA nos faz embarcar em uma cena particular, onde cada detalhe cria uma sensação única de viajar através da noite com o personagem e parar para imaginar muito além dO MISTÉRIO que há na história.

"SE TODAS AS PESSOAS SOUBESSEM APROVEITAR OS MOMENTOS QUE A VIDA DÁ , SERIAM MAIS FELIZES E MOTIVADAS"

Coração acelerado, o cheiro da pele impregnado no nariz.
Os lábios mutuamente se tocando, as mãos percorrendo todo o corpo.
Momentos sonhados e aproveitados como se fossem os últimos.
LOUCURA PODE TER RAZÃO?
Por que quando o desejo invade, amar alguém não pode ser resumido em apenas uma mera paixão.
Lembranças guardadas de uma LUA ENSOLARADA fazem o peito sentir a dor da excitação e se entregar de corpo e alma a vontade de correr ao encontro de quem se ama.

"QUE O AMOR NÃO AME DEMAIS PARA QUE NÃO SUFOQUE O PRAZER"
"QUE A LUXÚRIA NÃO SEJA IMPRUDENTE A PONTO DE NOS TORNARMOS INFIÉIS"

SEJAMOS PECADORES.
Há mil maneiras de se gozar os prazeres e realçar os seus dotes mais expressivos de mulher como se fosse uma verdadeira VÊNUS DE BOTTICELLI.(*)
Seja deitando-se de costas ou virando o dorso.
Exibindo-se em plena luz ou colocando-se por sobre o corpo de seu amado.
Ajoelhando-se na cama ou cavalgando o seu amante.
Ao entrar no combate amoroso, cada mulher  encontra nA ARTE DE AMAR a sua maneira de se autoconhecer.

"EU PARO PARA PENSAR E VEJO QUE NÃO EXISTE NINGUÉM COMPLETAMENTE FELIZ"

Lugar onde TANTOS SONHOS MORREM EM POUCAS PALAVRAS, porém, terra de um povo ávido por trabalho, que teima em viver lutando contra a força avassaladora da seca.
Tristeza, saudade, fome e dor é o que geralmente todos veem, porém, tudo isso se mescla a esperança de um povo forte e lutador que a cada dia conquista o sonho de não mais ter que viver desejando uma nuvem que traga água para gerar vida verde na terra do agreste.
Luiz Gonzaga, Zé Dantas e Humberto Teixeira relataram na voz viva de um sertanejo a miséria de um povo esperançoso.
Suas canções e poesias são mais do que meras SILHUETAS, sombras de palavras perdidas no tempo.
São memórias poéticas, são heranças inquietas no coração sertanejo de cada nordestino.
Jorge amado, Graciliano Ramos e tantos outros retrataram ao longo da história não só a tristeza, mas também seus costumes que tanto nos fascinam assim como toda uma cultura culinária.
O nordeste não é tão pobre como antigamente, ainda há muito sofrimento e desigualdade, mas também está repleta de amor, esperança e principalmente trabalho duro para crescer.
ISTO É NORDESTE.

"NÃO SOU NINGUÉM E NEM VIVI TANTO PARA
FALAR SOBRE A VIDA"

A magia do amor está no ar.
Afrodísio olha as flores expostas na floricultura e senti uma mensagem diferente em cada uma delas. As sofisticadas orquídeas, as simples camélias, as flores espetadas sem emoção ou as reveladoras rosas vermelhas?
Entre recordações do passado, a morte da sua esposa, o seu AMOR de MENINO e as várias recomendações que acompanham a velhice, Afrodísio encontra um novo amor em meio a retomada de suas aulas de inglês.
Não existe "É tarde demais" ou " O meu tempo já passou" quando se trata de amor.

"SERÁ QUE, SE EU FOSSE RICO, IRIA ME ACOMODAR?"

"OS BONS MOMENTOS, PRESENTES OU PASSADOS, VALORIZAM A VIDA E SABER APRECIÁ-LOS  É QUE NOS TRÁS FELICIDADE"

Há acontecimentos em nossa infância que são capazes de nos deixar marcas que as vezes com a maturidade se tornam lembranças de um tempo que nos trás saudade.
Os finais de semana passados nO SÍTIO DA MINHA AVÓ conhecemos um pouco das recordações de infância de Edilson e é difícil não sentir saudade quando se conhece a sensação de também sentir falta da época em que morava na área rural e não existia felicidade maior em estar ali e não em outro lugar.

"EM FRENTE AO CEMITÉRIO O VOVÔ DO BANCO A FRENTE COLOCA A MÃO NO CHAPÉU E O TIRA DA CABEÇA FAZENDO UMA REVERÊNCIA E UMA BREVE ORAÇÃO. MAIS ADIANTE UMA IGREJA E, OUTRA VEZ, O MESMO GESTO CARINHOSO DO VOVÔ"

Pessoas se comprimem para entrar em um ônibus abarrotado e ele as deixa passar, afinal, quem o espera, mesmo ansioso, sabe que ele vai chegar.
Não é preciso entrar, é necessário.
Mesmo esmagados, hão de chegar: o serviço, o relógio de ponto, a consulta, a aula, o compromisso.
Um outro ônibus, agora vazio, trás uma outra atmosfera, novas pessoas surgem para termos aquela sensação de ônibus encher gradativamente e um deles, um senhor com chapéu e calça escura, chama a sua atenção e a partir daí a conclusão da história parece ficar a partir da nossa imaginação se REAL(IDADE) é real ou apenas um paradoxo de tempo e idade.

"SE EU PUDESSE ESCREVERIA UMA CARTA PARA DEUS"

"CORRUPÇÃO NO CONGRESSO, DESVIO DE MILHÕES DE VERBAS NUM PAÍS ASSOLADO PELA FOME E MISÉRIA, HACKERS QUERENDO INVADIR O SEU MICRO PRA TE ROUBAR, ESPERTALHÕES QUERENDO APLICAR GOLPES, EXTORQUIR DINHEIRO"

Se aproveitando da boa fé das pessoas, de momentos vulneráveis e desprezando o sofrimento alheio.
Que SISTEMA INSANO!
Não importa o tamanho muito menos a gravidade da catástrofe, sempre haverá algum mau caráter para tirar proveito de uma situação difícil.
POR QUE HÁ TANTO ESPÍRITO DE PORCO NESSE MUNDO?

"SINCERAMENTE, TEM HORAS QUE EU NÃO SEI, NÃO SEI COMO PROCURAR E NEM QUANDO DESCOBRIR"

REDE SOCIAL ATRAI OU AFASTA?
Entrincheirada em seu castelo a pobre CHAPEUZINHO VERDE-AMARELA tinha medo de tudo, porém, de todos os seus medos, o maior era o medo de ter medo.
O seu mártir se chamava síndrome do pânico e a colocava em um estado permanente de cautela.
CRÔNICAs DE AUTOCONHECIMENTO são gravadas em prosa e com afinco no papel, reflexões RAPIDINHAS que são como uma terapia para quem lê e consegue se identificar, se enxergar através dA JANELA DO HOSPITAL. Acompanhada de um toque de poesia, Dê-me apenas ouvidos transborda sensibilidade e sabedoria como o rodopiar suave e técnico de umA BAILARINA.

"SUICÍDIO É QUANDO SE DEIXA DE AMAR A TAL PONTO, QUE A VIDA FICA INSUPORTAVELMENTE LONGA"

Edilson Barros em seu livro POESIAS DE APRENDIZ mostrou que de aprendiz elas não tinham era nada e agora em seu segundo trabalho solo, DÊ-ME APENAS OUVIDOS ele cria com habilidade crônicas que são capazes de gerar uma mistura de sensações e percepções onde explora toda uma sedução e magia com as palavras, onde QUESTIONAMENTOS diversos nos fazem não só refletir sobre questões pessoais e o nosso mundo atual como também brinca com toda a sua criatividade poética e humor crítico simultaneamente.

Adorei poder conhecer mais um de seus trabalhos, já havia sido conquistado de imediato por sua poesia e agora com suas crônicas, mais uma vez, a sua escrita cativa e surpreende este leitor.
Está mais que recomendado.

(*) Sandro Botticelli - (1445-1510) -
Alessandro di Mariano di Vanni Filipepi ou Sandro Botticelli , foi um pintor italiano. Assim como um de seus irmãos, havia sido apelidado de "botticelli", que significa em italiano "pequeno tonel", o epíteto substitui o "es panucam" sobrenome de família, passando a identificar o futuro pintor.

Jefferson Pontes - Nasceu em Natal - Rio Grande do Norte em 1992 e mudou-se ainda pequeno para São Paulo capital. Trabalha como conferente de valores em uma empresa de ônibus na cidade de Itu-SP, onde reside com sua esposa e suas quatro filhas. Publicou 2 edições da sua série intitulado “O que ela não lhe disse”. Volume 1 - Pela editora Ledriprint e Volume 2 pela Editora Porto de Lenha. Jefferson Pontes é Coautor das Antologias/Coletâneas Palavra em Ação, Almas Cativas, Ainda te Amo, Caixa de memórias e Elementares, respectivamente com as editoras Alecrim, Biblio, The Four e Andross. É Coautor da Coletânea Rio de Flores, Encantos da Lua que atuou também como prefaciador e coautor da Antologia As Faces do Amor (em fase de inscrição), produzidas pela Rio de Flores Editora. 

Edilson Barros - É carioca, atua profissionalmente como Engenheiro Mecânico com MBA pela FGV, mestre em Engenharia pela UFF, doutorando pela UFRJ e também como prof. universitário nas horas vagas. Em paralelo, vem dividindo sua carreira profissional com sua atuação artística como DJ, fotógrafo e escritor. Seu 1º. livro autoral foi POESIAS DE APRENDIZ e o 2º. DÊ-ME APENAS OUVIDOS, um livro de crônicas e contos. É coautor das Coletâneas/Antologias Rio de Flores, Encantos da Lua e Natureza Fonte de Vida, todas produzidas pela Rio de Flores Editora. O autor segue acumulando textos em coletâneas e outras formas de comunicação escrita e promete não parar por aí.

Contatos:

Jefferson Pontes: Instagram: @oqueelanaolhedisse

Edilson Barros: Instagram: @edilsonbarros92.

Fontes: Edilson Barros e Jefferson Pontes

Ilustrações e pesquisas: Jornal Rio de Flores

https://pt.wikipedia.org/wiki/Sandro_Botticelli 

 

Lançamento Antologia As Faces do Amor

Inscrição: 01/out/22 a 31/out/22

Maiores Informações:

https://riodefloreseditora.blogspot.com/2022/09/materia-especial-antologia-as-faces-do.html 

Edição e Direção Geral: Renato Galvão

Artista Plástico, Antologista, Escritor, Poeta e Produtor Cultural. Editor, Design Gráfico e Copydesk na Rio de Flores Editora, criada pelo artista para dar ênfase aos seus projetos literários e publicações autorais. Criou o Programa Estrelas, a RGvídeos, para dar suporte a Rio de Flores Editora na divulgação da Cultura, Artes e Artistas. Seus Projetos Rio de Flores e Encantos da Lua, Elas São Flores e Natureza Fonte de Vida, são coletâneas/antologias exclusivamente lançadas para atingir e divulgar escritores (as) anônimos (as).